Mercado nacional tem imenso potencial, mas ainda faltam investimentos para evolução a nível mundial.
Em 10 anos como piercer, tive acesso a diversas experiências e vou compartilhá-las com vocês. O foco, é claro, será na indústria nacional. Quando falo sobre atualidade, envolvo muitos fatores da nossa área como: joias, equipamentos, utensílios, técnicas, biossegurança, materiais próprios para perfuração, entre outros. Percebo que falamos muito do mercado americano e europeu. Por exemplo, que eles realmente têm uma grande indústria trabalhando em prol e em conjunto com os profissionais piercers. Ou seja, existe um grande reconhecimento, valorização e principalmente união entre todos, o que, consequentemente, facilita muito mais o acesso às novidades em geral.
Voltando para o Brasil percebo que temos uma gama de excelentes profissionais e mais do que isso, um mercado com extremo potencial de crescimento e oportunidades. Porém pouquíssimas empresas investem ou dão o suporte necessário para essa evolução e expansão a nível mundial.
Desde quando comecei a atuar como piercer profissional, após concluir meu primeiro workshop voltado para iniciantes, nosso “Safe Piercing” (Procedimento asséptico) passou por inúmeras mudanças e adaptações, sempre baseado nos estudos e evolução do mercado estrangeiro.
O Piercing moderno envolve um leque enorme de informações, padrões e possibilidades, como: biossegurança, novos locais para perfurar, projetos exclusivos, variedades de técnicas para trabalhar, joias de melhor biocompatibilidade, joias de luxo, anodização de joias (coloração da joia por meio de choque), preparo de materiais, joias, campo estéril, desinfecção de ambientes, superfícies e instrumentais, lavagem e esterilização dos materiais críticos, fotografia, marketing, edição de fotos e vídeos, atendimentos e toda parte de gestão.
Há cerca de 5 anos era muito difícil encontrar uma joia de titânio para trabalhar. Rosca interna então, nem se fala! Isso tudo por conta da invasão de “joias” chinesas em meados dos anos 90 e 2000, por serem bijuterias de baixa qualidade, consequentemente surgiram muitos “profissionais” com preços cada vez mais baixos que banalizaram a profissão. Quem conhece a história sabe que lá nos primórdios do piercing, já se utilizava titânio e rosca interna, mas isso é assunto para outra pauta! Voltando ao assunto, agulha Blade, tubos receptores, tapers e principalmente informações qualificadas eram quase inacessíveis.
Ainda temos muito o que evoluir. Mas levando em consideração nossa história, nunca tivemos tanto acesso a materiais e equipamentos de qualidade quanto temos hoje em dia. Atualmente, podemos contar com empresas de joias nacionais de alto padrão em titânio, ourives e empresas que desenvolvem joias de luxo em ouro com pedras raras e exclusivas. Químico e laboratório trabalhando em conjunto e desenvolvendo produtos únicos para desinfeção, assepsia, lavagem de utensílios, antissepsia, sempre visando os pontos críticos de nossa área. Temos agulha Blade com registro da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), tapers, tubos receptores, needle blank, informações sobres técnicas, procedimento asséptico, palestras, congressos e cursos.
Atualmente ser um Profissional Piercer é se manter informado sobre as novidades e tendências da cena. Temos a obrigação de trabalhar de forma ética e asséptica, respeitando nossos clientes, oferecendo joias de procedência e com laudo, bom atendimento, suporte e soluções para possíveis complicações, materiais de boa qualidade e técnicas para um procedimento mais indolor, rápido e sem riscos de contaminação.
Ser Piercer é ser multifuncional e continuar estudando e evoluindo sempre. Piercing não é só um furinho, sua saúde deve estar sempre em primeiro lugar, procure um bom profissional na hora de fazer sua perfuração e desfrute seu novo piercing.
